Olhando Pela Janela

A alvorada anuncia as dificuldades que virão, com certeza serão as mais árduas e ao contar dos dias assim será sucessivamente, até atingir seu ápice, as volúpias inescrupulosas, que faz a solidão aumentar a cada segundo de minha vida, traz-me a vaga lembrança, dos momentos de angustia que passaram à mercê de meus olhos, sem que ao menos pudesse esboçar reações favoráveis para acalmar meu espírito e apaziguar minha alma, recorro então ao consciente, que já com sua estrutura abalada suplica por justa causa.

Assim sucederam-se os dias, que ora traziam o canto das aves, ao amanhecer e a calmaria no crepúsculo e junto com ele novamente, inquieto esperava pela companhia serena do meu grande mestre, onde aguardava novas instruções, para a sobrevivência deste ser, sem que fosse notado por nenhuma Aura humana apenas das pequenas aves, que no arvoredo já davam os sinais de cansaço, mas assim mesmo testemunhavam fielmente, o cair inevitável das gotas de lágrimas que desciam pela face sofrida.

As acomodações não eram de luxo, eram sim bem simples, mas pouco isso importava, pois diante do óbvio, era o melhor que pude arrumar, ali deixar cair o corpo cansado pelo esforço diário, o leito quase que sólido ainda feriam os membros sem piedade castigando-os sucessivamente, a sede ora saciada por uma certa porção de água era limitada aos goles que controlados, entre um soluço e outro, passavam a sensação de alívio.

A mente ocupada em buscar respostas evasivas viajava universo afora sem colher alguma palavra de acalento.

Foi difícil encontrar o caminho de volta para a realidade, mas ainda que muitos tentaram persuadir a verdade, esta bravamente resistiu.

Como uma verdadeira batalha troiana, fui vencendo e derrotando meus inimigos, que eram tomados pelas minhas forças, não as braçais, mas as espirituais que a cada dia eram renovadas pelo Pai Celestial, que em momento algum me abandonou, sempre estendendo as suas mãos, com o seu cajado forte apartava os ímpios e acalentava meus inimigos dando-os como exemplo a fé.

Era pequena a minha humilde morada feita de plástico e similar, mas resistia ao furor da chuva e do mau tempo, ainda dava-me sombra do sol, “A PEQUENA BARRAQUINHA”. Não tinha lá muito espaço físico a oferecer, mas tinha uma pequena janela, onde podia ver o tempo passar, o vento era quem me trazia as novidades, a luz do sol à alegria para alimentar a vida cotidiana. E assim passaram-se os dias e noites, ladeado por Anjos, que me orientavam em todos os sentidos.

Acordam os Juízos enfim deu-se por encerrado e conhecido os fartos lícitos, sendo apreciados os relatos, vindo a tona à verdade aos olhos dos opositores, que pasmos e não de pronto acolheram os derradeiros suplícios do narrador.  Restou-me então, mesmo com as seqüelas do holocausto, empunhar o escudo da vitória, olhar ao redor, ver que todos os inimigos foram banidos, sem deixar resquícios algum, dos maus tratos e do verdadeiro erro que cometeram ao condenar prematuramente, um homem honesto e cheio de vida.  “ESTA É A MINHA MAIOR VITÓRIA”.


Claudair de Oxóssi